“Ser escritor é um trabalho estranho. Não é como ser encanador: você não pode parar. Você nunca sabe se está certo, se está melhorando ou se alguém vai se interessar. Você tem que confiar na sua própria percepção para saber se está indo a algum lugar ou apenas se repetindo. Não há nada que você possa fazer, exceto continuar.” — Paul Auster
“— Você não sabe o que é ter um Portuga. É muito mais do que você imagina. Quando a gente tem um Portuga, ele é o mundo da gente. Aí, de repente, um trem passa por cima desse mundo e a gente fica assim, sem nada. Fica vazio e sem ninguém.”
Jeffrey Eugenides, autor de A Trama do Casamento, é conhecido por sua capacidade de explorar os meandros da condição humana através de narrativas densas e personagens profundamente complexos. Em seu processo de escrita, Eugenides mergulha em temas como amor, identidade e o peso do conhecimento acadêmico, criando um romance que é ao mesmo tempo uma homenagem aos grandes romances do século XIX e uma crítica afiada às expectativas modernas. Neste post, vou explorar algumas das reflexões de Eugenides sobre o ato de escrever, acompanhadas de comentários breves que oferecem uma visão pessoal sobre como esses insights se manifestam em sua obra.
“As pessoas não salvam outras pessoas de si mesmas. Se elas querem se matar, elas fazem isso. Não é porque você não disse a coisa certa ou porque não as amou o suficiente.”
Eugenides destaca aqui uma das verdades mais cruéis da vida humana, algo que ele explora profundamente em The Marriage Plot. No processo de escrita, ele parece ter se concentrado em criar personagens autênticos, cuja dor não é resolvida por soluções fáceis, mas sim, intensificada pela complexidade de suas vidas internas.
“Uma coisa era obter um diploma em filosofia; outra era realmente ser um filósofo.”
Essa frase encapsula a desconexão entre teoria e prática, um tema recorrente no livro. Eugenides nos faz refletir sobre o peso do conhecimento acadêmico em contraste com a vivência real, algo que parece ter sido uma linha condutora durante o processo de criação dos personagens e suas trajetórias.
O processo de escrita de A Trama do Casamento revela a dedicação de Eugenides em criar uma narrativa que vai além da superfície, desafiando o leitor a questionar suas próprias convicções sobre amor, intelectualidade e a busca por sentido. Para escritores, o exemplo de Eugenides é um lembrete poderoso de que a autenticidade na criação de personagens e a profundidade temática são essenciais para produzir uma obra que ressoe com os leitores. Ao refletir sobre as palavras do autor, podemos encontrar inspiração para abordar nossa própria escrita com a mesma sensibilidade e comprometimento, buscando sempre explorar a complexidade da experiência humana.
“Sempre que me perguntam que conselho eu tenho para jovens escritores, eu sempre digo que a primeira coisa é ler, e ler muito. A segunda coisa é escrever. E a terceira coisa, que eu acho absolutamente vital, é contar histórias e ouvir atentamente as histórias que estão sendo contadas para você.”
“Nunca ficamos de fora de nada. Somos xícaras, sendo silenciosa e constantemente preenchidas. O truque é saber como nos inclinar e deixar as coisas bonitas saírem.”